segunda-feira, 30 de julho de 2007

Viagem a San Francisco, parte 3

De todas as nossas refeições em San Francisco, a que mais ficou na memória foi o jantar no The Dining Room do hotel Ritz-Carlton. A falta de imaginação do nome é amplamente compensada pelo rigor da cozinha e do atendimento. Fizemos reservas on-line daqui de São Paulo, através do Open Table, um excelente serviço de reservas via internet. Funcionou maravilhosamente. Confirmaram a reserva dois dias antes, deixando um recado no bed & breakfast onde nos hospedamos (que também será motivo de um post futuro).

Tivemos a idéia de jantar lá através de um blog local, o San Francisco Gourmet, que falava muito bem desse local, detentor de uma estrela do guia Michelin (apesar do blog achar que merecia mais). O chef, Ron Siegel, foi sous-chef do famoso French Laundry, depois executive chef do Masa, para então dirigir o The Dining Room. Consideramos uma ida ao French Laundry, mas acabamos acatando a opinião do San Francisco Gourmet, que achava que com todas as estrelas (três) concedidas pelo Michelin, o French Laundry estava caro demais e estava deixando de inovar. Como não fomos lá, não podemos fazer uma comparação direta, mas que o The Dining Room foi extraordinário, isto foi.

Na noite do nosso jantar, chegamos no horário previsto e a ótima mesa de canto já estava pronta. Sem exceção, todos, do maître aos servers (waiter deixou de ser politicamente correto) ao sommelier com seu forte sotaque francês, foram simpáticos e atenciosos ao máximo.

Pedimos o menu degustação de seis pratos (six-course tasting menu). Havia também o de nove pratos, mas aí achamos que seria demais (até para o bolso). A maravilha é que existe a opção do wine pairing, isto é acompanhar cada prato com o vinho apropriado (cinco vinhos, no total). No caso, o sommelier ofereceu dois vinhos diferentes para cada prato, o que permitiu que degustássemos dez dos melhores vinhos que já tomamos, e que provavelmente não tomaremos novamente tão logo.

Não me lembro das minúcias de cada prato, mas lembro da impressão geral e de alguns detalhes que marcaram. Todos surpreenderam, pelas combinações, pela apresentação e pelos ingredientes. Depois de alguns (sim, alguns) deliciosos amuses-bouches, trouxeram uma seqüência de entrada fria, entrada quente, primeiro prato, segundo prato, e assim por diante. Havia pratos vegetarianos, frutos do mar, peixe, carnes e aves. Como sabem, não gosto muito de aves, mas um dos pratos que serviram foi uma perdiz com foie gras, que me marcou profundamente. O prato principal foi um beef rib-eye servido com tutano, mais uma daquelas coisas que nunca havia provado. Após as sobremesas, trouxeram um carrinho repleto dos mais deliciosos confeitos (mignardises) para escolhermos. Ufa!

Entre os vinhos, os que mais me impressionaram foi um Pinot Noir californiano (Dutton-Goldfield, Russian River, 2005) e um Riesling alemão. Serviram também um Grand Cru da Bourgogne e um extraordinário Bordeaux. Assim que arrumar o meu scanner foi postar a lista.

O serviço foi um exemplo do profissionalismo americano. A troca de pratos e talheres era uma operação precisa e bem orquestrada, que acontecia simultaneamente para ambos os comensais. O tempo entre um e outro prato nunca foi curto ou longo demais, um timing perfeito.

Saímos com a impressão de sermos felizardos por ter vivido uma experiência tão extraordinária.

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