Carlota
Sexta-feira, fomos jantar no Carlota, para comemorar o aniversário da Érica. Fazia algum tempo que estávamos com vontade de conhecer a comida daquele lugar. O Josimar Melo, cujas críticas respeitamos, atribuiu ao Carlota duas estrelas e sempre foi generoso com sua cozinha. Devo dizer que ficamos impressionados - e felizes - com a experiência. A casa que abriga o Carlota é um sobrado pouco ostentoso e aconchegante em Higienópolis. O espaço de fumantes e não-fumantes é bem separado, cada um em seu ambiente. Ao chegarmos, às 21:00hs, fomos rapidamente levados à nossa mesa e notamos algumas mesas ainda vazias, embora poucas. O serviço foi eficiente e discreto. O couvert é simples, alguns pães, manteiga e um creme (azedo, creio) - é quanto basta. O atencioso garçom sugeriu um caldo de cogumelos (shitake e shimeji) como entrada, o que considerando o frio da noite foi bem-vindo. Estava muito saboroso e leve, perfeito para o propósito. Em seguida, escolhemos dois peixes para o prato principal. A Érica preferiu um hadoque que viemos saber, pelo garçom, era defumado. Era acompanhado de batatinhas cozidas e grelhadas com creme azedo e dill, e purê de maçã. Por minha vez, preferi um filé de robalo grelhado, aspargos na manteiga e purê de banana-da-terra. Para acompanhar, pedi uma taça de chardonnay argentino. Ambos os peixes estavam deliciosos e muito diferentes um do outro. A combinação do hadoque levemente defumado com o frescor do creme azedo e purê de maça fui muito feliz. No caso do meu robalo, os aspargos (finos, nacionais) vieram cuidadosamente fatiados na diagonal, dispostos sobre o filé. Foi inesperado e ótimo, porque permitiu combinar cada garfo de peixe com as lascas de aspargos. O purê de banana-da-terra foi servido em uma cumbuquinha, ao lado. Ficou a suspeita que a banana era prata, não da-terra, mas tudo bem. O chardonnay acabou harmonizando melhor com o hadoque, de modo que a Érica ficou com a minha taça e pedi um sauvignon blanc chileno, perfeito para o robalo e para os aspargos. Para sobremesa, a Érica escolheu a Carlota Pernambucana, um bolo quente de banana com sorvete de canela. Na verdade, era uma espécie de petit-gateau de banana. Foi uma das melhores e mais inovadoras sobremesas que já provamos. Sensacional. Eu preferi o que chamaram de mud pie - uma torta trufada de chocolate com sorbet de limão. Embora menos original que a da Érica, estava deliciosa. Muito agradável a combinação densa do chocolate amargo com o limão azedo. A simplicidade e o aconchego da casa deixaram a impressão o casal Pernambuco se preocupa mais com a comida que com ambientes decorados por algum arquiteto da moda (vocês sabem quem). É o tipo de atitude que me deixa feliz. Fomos para casa já pensando quando voltaríamos. Não vejo a hora.
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