De mineiros e queijo
No início do ano passado, viajamos de carro até as cidades históricas de Minas. Em Tiradentes, resolvemos visitar a vizinha vila de Bichinho, famosa pelo seu artesanato. Mais de uma pessoa nos recomendou que lá fossemos almoçar no Tempero da Ângela. Após visitar algumas lojas de artesanato – nas quais podia-se achar a ubíqua pomba do Divino – fomos ao tal restaurante. Era, de fato, muito simples, com os comensais servindo-se da comida no próprio fogão a lenha da casa. Estava bem lotado, principalmente de turistas, além de um ou outro local. O que mais ouvíamos entre os presentes eram loas à deliciosa comida caseira da Ângela. Embora fosse decente, não achei extraordinária. Achei que talvez por terem sido convencidos a vir almoçar no local, não queriam dar o braço a torcer e admitir que a comida era apenas, bem, mediana. De qualquer forma, chegada a hora da sobremesa, fomos perguntar o que havia. A resposta: “Não tem sobremesa porque acabou o queijo”. Nos entreolhamos e confirmamos. Havia compotas e doces, mas como não havia queijo, acharam melhor não servir sobremesa. Isto dá uma medida da importância dada ao queijo pelos mineiros (há piadas que circulam sobre este tema). Saímos de lá frustrados, mas descobrimos que em uma outra casa, quase em frente, vendiam-se doces. Deliciosos, aliás. Acabamos provando, repetindo e levando para casa um delicioso doce de abóbora e um doce de leite, que salvaram o dia.
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