segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Viagem a Nova York - Parte 6

Além dos restaurantes e confeitarias dos quais já falei, e os quais me impressionaram particularmente bem, almoçamos e jantamos em outros restaurantes, muito bons também, embora diferentes ou mais simples. Vou aproveitar esta postagem para falar resumidamente deles e encerrar os relatos sobre nossa viagem a NY.

Bún Soho – Este é um interessante e badalado restaurante no Soho. É todo moderninho e serve uma comida vietnamita fusion. Segundo o seu site, foram muito elogiados pela imprensa gastronômica. Bún, viemos a saber, é um macarrão de arroz muito comum naquele país. O Bún Soho serve bún frio, quente, ensopado, talvez até como sobremesa. Os pratos têm uma apresentação elegante e uma combinação de sabores muito inusitada, mas definitivamente oriental. Para beber, Tiger Beer, uma as cervejas mais comuns na Ásia. Aprovado!

Baluchi’s – É uma pequena rede local de restaurantes indianos, apesar do nome italiano (pelo menos a meu ver...). Almoçamos em sua filial do West Village e gostamos muito. É barato (no almoço, os pratos têm desconto de 50%) e muito variado, mais do que os representantes indianos daqui de São Paulo (conhecemos o Govinda e o Pandoor). Os pratos mais apimentados eram identificados no cardápio com uma pimentinha ao lado – original...

Village Mingala Burmese Restaurant (não tem site, 21-23 E. 7th Street) – Nesse dia, estávamos procurando um lugar para comer no East Village, antes da peça que assistimos (isso é outra história...). Nada que tínhamos visto nos apetecia – vazio demais, cheio demais, turístico demais, etc. Passamos em frente desse e olhamos para dentro. Embora atraídos, da rua reparamos que o local estava meio vazio, com garçons assistindo TV – mau sinal. Já estávamos continuando quando um casal passou por nós e entrou decididamente pela porta. A moça ainda falou – não sei se para a gente ou para o seu acompanhante: “The food is really good here”. Com essa dica, entramos e não nos arrependemos. Comida oriental diferente de tudo que já havíamos provado. Logo depois de nós, várias outras mesas chegaram, todos já íntimos do local, que pelo visto tinha uma legião de admiradores do East Village. Havia motivo, a comida era ótima e muito acessível, uma das refeições mais baratas que comemos em NY.

Atlas Café (não tem site – 73 Second Ave.) – Nesse mesmo dia, saímos do Mingala e fomos procurar uma sobremesa. Achamos esse local, minúsculo, com várias mesas, banquinhos, cadeiras e balcão empilhados. Nos esprememos em um canto e olhamos em volta. Havia um menu bastante interessante, mas satisfeitos pelo jantar do Mingala pedimos apenas sobremesa e café. Escolhemos uma apple crumb pie (sim, gostamos dessa sobremesa) que estava tão deliciosa que até pedimos até um segundo pedaço! Os funcionários eram divertidíssimos, até tiraram fotos nossas.

Grimaldi’s – Achamos essa pizzaria quando fomos passear no Brooklyn para conhecer a ponte. Fala-se tanto das pizzas de NY que resolvemos conferir. Pelo que viemos a ler na frente do restaurante e posteriormente, essa é considerada uma das melhores da cidade ("Our pizza was rated #1 in the Zagat Survey"). Era um domingo no almoço, e o local estava repleto – muito repleto. Esperamos alguns minutos e conseguimos uma mesa. Como sempre, o atendimento foi muito profissional, simpático e atencioso. Embora a pizza fosse muito boa, não é melhor que as de São Paulo. O que notamos, tanto nessa casa como em outras onde estudamos os menus, é que os sabores das pizzas são muito limitados e conservadores, quase sempre os mesmos (pepperoni, champignon, pimentões e azeitonas). Nesse aspecto – talvez até para desespero dos puristas – São Paulo tem muita criatividade e oferece pizzas ousadas e muito saborosas. Serei bairrista e continuarei preferindo as nossas redondas.

Jackson Hole – Conheço essa rede de lanchonetes há muitos anos, graças a um aluno que era um grande fã de seus hambúrgueres. Havia uma filial em Englewood, a caminho de onde estávamos hospedados. De tanto eu falar, acabamos jantando lá um dia. Essa filial, em especial, era interessante porque estava instalada dentro de um antigo trem ferroviário. O cardápio era o esperado, com gigantescos hambúrgueres (200 gramas de carne!) e outros standards da cozinha americana. Pedimos os nossos, que vieram acompanhados de fritas deliciosas (melhores que as do Les Halles). Para beber, root beer, claro. Tudo estava ótimo. Satisfação garantida.

Katz’s Delicatessen – Nenhuma viagem a NY seria completa sem uma refeição no Katz, principalmente para mim, que adoro pastrami e corned beef. Fundada em 1888, é definitivamente uma instituição local, conhecida e freqüentada por todos, gente local, trabalhadores, celebridades e turistas japoneses. Leo resolveu encarar um sanduíche de pastrami sozinho, enquanto que Érica e eu, que já não temos a disposição dos 14 anos, dividimos um reuben e ficamos bem satisfeitos. Eu já não lembrava quão bom é o pastrami e corned beef dessa casa. Delicioso, desmancha na boca. Os nossos, por melhor que sejam, são sempre um pouco rijos. Não dá para comparar. Se vivêssemos em um mundo perfeito, como diria Antony Bourdain, moraríamos em uma cidade que teria as pizzas de São Paulo e o pastrami do Katz’s – e as ladeiras de São Francisco, para andar e queimar todas as calorias e colesterol dessa dieta... ;-).

Em nosso último dia, fomos conhecer a Little Italy que fica no Bronx, a qual dizem que é muito mais original e tradicional que a de NY. Fica em um quarteirão da Arthur Ave., local não muito fácil de achar (mas nada que o Google Maps não resolva!). Almoçamos em um mercado que havia por lá, com várias bancas de produtos italianos, algumas das quais também serviam comida muito boa. Eu provei uma deliciosa sopa de massinha com escarola, ótima! Foi uma deliciosa despedida gastronômica de Nova York.

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